quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Nossas Cartas...

Escrever e receber cartas é muito bom e compartilhar nossas experiências cartas é melhor ainda. É por esse motivo que agora nosso grupo irá contar sua experiência com as cartas. Leia e emocione-se com a gente.

Adriana da Silva Lopes: Quando completei 15 anos recebi uma carta muito especial... de uma pessoa muito importante pra mim. Trata-se da minha tia, o nome dela é Ruth. Nessa época ela morava em Goiás e não podia vir à minha festa, ela também não pôde enviar um presente, mas me enviou algo melhor do que isso. Todo os presentes que ganhem na festa se foram, mas a carta que recebi dela está aqui comigo até hoje. O mais interessante é que as palavras da carta são tão atuais que parece que a recebi ontem!!! Guardo esta carta com muito carinho e sempre vou guardar!!

Dizeres da Carta:

Quero ter um coração aberto
Para servir, louvar e amar a Deus.
Quero ter um coração disposto
Para amar, perdoar e orar por todos.
Nada de usuras e segurar tristezas,
Não ser parcial e nem desajustada
Mas quero ser com toda natureza
Como quer a Bíblia Sagrada
Que importa a luta se a vitória é certa?
E há recompensa para tudo enfim...
Há tantos precisando de um sorriso,
Um bom dia para consolação...
Há tanta fome sem poder saciar,
Há tantos males sem poder curar,
Mas há coisas que muitos podem fazer
Calor humano, em vez de desprezar.
Ah, se houvesse melhor compreensão...
E bondade em cada coração, 
Com uma porta aberta para dar,
Simpatia, perdão, consolo e paz...
O mundo seria um lugar
Mais agradável para se morar!


Elaine de Oliveira Lino: Em tempos de tecnologia, as relações estão praticamente restritas ao meio eletrônico, através de mensagens via celular ou internet. Como o gênero textual carta é pouco difundido e é sabido que cabe à escola orientar os alunos para o conhecimento e domínio de vários gêneros textuais. Mas quem diria que 1996, ano em que os testes e as provas escolares vinham fresquinhas, fresquinhas dos antigos mimiógrafos, com aquele cheirinho de álcool, Lembram?. Eu e os alunos da Escola Pública de Ensino Fundamental onde estudávamos, talvez 95% do colégio nunca tivera contato com o computador. Por este mesmo motivo a escola realizou um projeto chamado: Correio escolar, onde as cartas eram um dos instrumentos mais úteis em situações diversas na nossa escola. O envio e o recebimento das cartas eram livre, claro!, somente dentro das dependências do colégio, os remetentes e os destinatários eram professores, alunos, diretores, funcionários da instituição. Lembro-me até hoje desta experiência emocionante, ímpar e de grande valia, pois hoje sei como comparar a emoção de um recebimento de uma carta com a letra de um amigo querido e o recebimento de um e-mail, que já não gera o mesmo efeito para mim, pois quando pego nas antigas cartas escritas pelos meus amigos, vejo e sinto a particularidade, a singularidade, a preocupação da caligrafia, a personalidade revelada na letra de cada um.  Portanto, resgatar o gênero e fazê-lo circular entre nossos alunos pode gerar um projeto positivo.
Nos primórdios da entrega das cartas quem pagava a postagem era o destinatário e isso só se alterou com a criação dos selos quando se passou a, previamente, o remetente colocar na sobre a carta (envelope) a quantidade de selos correspondente ao porte (valor da tarifa de serviço), garantido assim a entrega da carta ou a sua restituição no caso de não ser encontrado o destinatário.
Atualmente a carta vem sendo substituída pelo e-mail que é a forma de correio eletrônico mais difundida no mundo, mas ainda há pessoas que pelo simples prazer de trocar correspondências físicas preferem utilizar o método da carta.
Associar esse meio de comunicação ao uso da tecnologia fará os alunos perceberem a amplitude da comunicação social.










Jorge de Pires de Oliveira:
Uma carta que marcou minha vida!!

Todos nós passamos por várias experiências em nossas vidas, e cada uma delas nos faz observar que nada ocorre por casualidade, mas sim por uma simples razão de sua ocorrência. A minha experiencia com o trabalho do blog, assim como de todos os que por ele participaram, ajudaram no momento das entrevistas, bem como nas opiniões, também se fez por meio de uma carta, a qual não mais tenho, mas a lembrança do relato quero eu relatar a todos vocês.
A cinco anos atrás, meu pai veio a falecer, e eu e minha mãe nos colocamos a separar os seus pertences, até porque, meu pai nunca foi uma pessoa de deixar as coisas organizadas. Confesso que não foi um dos melhores momentos, pois estávamos guardando pedaços da vida de uma pessoa que tanto amávamos e que havia saído de uma forma tão abrupta, devido ao AVC (ataque vascular cerebral) fulminante. Mas já havia ocorrido, e aquilo deveria ser guardado e os papeis inservíveis queimados. Porem dentre os documentos dele, pude observar um pedaço de papel dobrado, guardado com carinho. Era uma carta, que eu em meus 10 anos de idade, e olha que faz tempo... havia em uma atividade escolar o redigir de uma carta ao seu pai, falando para ele aquilo que você quisesse.
Não pela atividade em si, mas sei o quanto aquele homem que Deus havia levado para junto de si, era importante em nossas vidas, o quanto de caráter e exemplo nos havia ensinado, e o quanto merecia de nós – somos dois filhos homens. Sendo o meu irmão tão apegado a ele, que é funcionário da Light pelo simples exemplo que ele nos deixou.
Lendo aquela carta, me veio a lembrança do que queria dizer a ele nas mal traçadas linhas que a caneta estava percorrendo, mas não falar para ele, mas dele, pelo simples fato do exemplo que nos dera, e ainda dá. Pelo simples fato de estar em nós, por sermos fruto dele.
Olhando a letra ainda não tão firme, de uma caligrafia horrível. Sou critico de mim mesmo, mas em contrapartida carregada de todo sentimento de ali estava sendo expresso a esse que era, é e sempre será o meu herói. Sabia que era em alguns momentos rústico, nascido em Miguel Pereira, tinha um tom próprio do interior, que era totalmente compensado pela pessoa simples e maravilhosa de coração que era, tanto que suas ações e exemplos são nossos norteadores na vida. E por isso dissemos que ele onde estiver, orgulhoso esta.
A carta não mais tenho, pois foi redigida para ele, e fiz questão de como as outras coisas  que dele eram serem guardadas em um local especial, junto a caixa que possui no cemitério de Ricardo, onde seus ossos estão. Sei que a alma e a lembrança dele não estão ali, mas em nós, mas aquele papel, onde redigido foi para o meu herói, deveria ficar com ele, e seria um egoismo de minha parte guardar comigo, até por que era dele, foi feita para ele.
Hoje, em meio a esse trabalho sobre a carta, o transportar de sentimentos que a mesma pode produzir tanto para quem recebe quanto para quem a escreve, e vendo o quanto nós temos perdido esse contato, pelo simples fato dos meios eletrônicos que ao nosso redor estão, fazendo com que ao invés de nos aproximarmos dos outros, a cada momento mais distantes estamos.
Faça um exercício, escreva uma carta a quem você tem carinho e veja que ainda que o tempo de entrega, não venha a ser o tempo dos milissegundos na relação do e-mail, mas o tempo da entrega pelos Correios e você verá o quanto aquelas palavras que você disse em um momento, foram a forma de dizer a quem recebeu o seu manuscrito, sem margem feita, corretor ortográfico, nem letra codificada, mas o sendo feito por às vezes lagrimas que junto ao papel caíram no momento em que a caneta começou a “caminhar” por entre as linhas do papel, contando em sua jornada, a alegria, tristeza, esperança, solidariedade e tantos outros sentimentos daquele que escreveu, para alguém que por você amar, recebeu a sua demonstração de carinho, não por meio de um abraço, beijo, cafune ou coisa parecida, mas por meio de letras casadas uma a outra, para compor uma carta que guardada traz a saudade de quem, em alguns momentos de sua vida, nunca mais verá....


Maria Aparecida da Silva Zumba:  Essa carta eu recebi de uma aluna da educação infantil  no semestre passado da turma que realizei o Estágio de educação infantil. O nome da menina é Sara,tem cinco anos e e chegou toda empolgada para me entregar a cartinha. O que vocês acharam? Não é uma gracinha?





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